Paixões

  • amor, bolinhas de sabão, o som de copos com água, o som das gotas no chão, sorrisos tímidos, a música por trás dos ruídos, um coração encostado no outro, um ou dois para sempres, aviãozinho nas mãos de um menino, barquinhos de papel, pipa atravessando as nuvens, mingauzinho de aveia, meias listradas, cata-ventos, palavras inventadas, andar descalça, andar na chuva, reuniões com os amigos cheias de risadas, dançar e cantar em frente ao espelho, beijar, dar e receber abraços, familia, amigos de verdade, musica, skate board, gorrinhos coloridos, fotografia, viajar, bahia, natureza, jogar bilhar, cerveja, cachoeira, barro/lama, poesias, caminhar na madrugada com amigos e falar muita merda, escrever, ler, comer - e muito -, tocar air guitar, sorrir, cócegas, piadas sem graça, animais de um modo geral, chiclete, sarcasmo, andar só de calcinha e sutiã em casa, agua, meus livros, meus cds, meus dvds, pessoas desapegadas, tatuagens, piercings, alargadores, suco de laranja, manga, dormir de conchinha, girias idosas
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PUXE UMA CADEIRA, SENTE-SE AO MEU LADO, E CONTE-ME SUA MELHOR HISTÓRIA

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

essa história que eu vou contar a vocês é meio incomum, não terá um começo.- ou talvez isso possa ser considerado como um começo. - e nem sei se terá um fim, ou quando acabar, chame de fim, se assim preferir.


Ela estava sentada no saguão da estação aguardando seu trem como fazia incansavelmente cinco dias por semana e duas vezes por dia após as aulas no colégio Santa Mara.


Ele havia chegado a pouco de sua aula de música, e estava bem cansado e decidido a não fazer mais nada com o resto de dia que lhe restava, pois todas as horas que passara de portas fechadas com aquele professor velho e barrigudo do conservátorio central de Paraisópolis o deixara entediado a ponto de tomar tal decisão. E quando ele entrou no saguão foi se sentar e notou a menina que estava sentada sozinha em um banco não muito longe de onde ele estava, e ela chamou profundamente sua atenção - não que fosse um menina totalmente incomum mas ela tinha uma especie de luz própria, parecia sorrir mesmo sem ter movido nem um musculo em sua expressão facial, era dona de belos cabelos negros e cacheados que caiam muito bem com sua pele 'cor de pecado' que aparentava uma delicadeza que seria digna de anjos, e era dona de um olhar que teve por alguns instantes o poder de fazer com que o coração dele parasse por alguns segundos de tanta emoção por apenas olha - lo, e quando ele piscou novamente se deu conta que agora ela cantarolava alguma musica que viera naquele momento em sua cabeça e que seu sorriso era mais radiante do que o sol que acabara de se por.- era uma moça encantadora, e isso fez com que o rapaz não se reconhecesse, pois quando percebeu estava ali, sentado ao seu lado e com a idéia fixa de puxar um papo.


Ela percebeu que ele estava inquieto ao seu lado e o olhou fixamente em seus olhos e soltou um sorriso que foi tão encantador quanto o oi que soltou quase que cantando.


Ele parou por alguns segundos até se dar conta de que sim, ela estava falando oi para ele!E então ele começou a imaginar que não precisaria correr o risco de parecer abusado ao querer puxar um bom papo, e sem nem pensar, soltou:

- err, Oi, como vai bela senhorita?E qual é mesmo a sua graça?


Ela só fazia rir, do rosto do senhorsinho que estava ao seu lado, que de branco passou a corado por conta do oi que ela havia cantado, e ela estava encantada desde já pela formalidade de suas palavras.- e de inicio ela já notou que ele deveria ser musico, pois carregava a maleta com seu violino nas mãos e usava o super cobiçado uniforme azul - marinho do conservatório central, e como não era de costume este rapaz também chamou a atenção da moça, que como ele passou a notar suas belezas que estavam espostas.Ele era bem branquinho, tinha olhos verde musgo, uma pinta bem visivel no canto da boca e o cabelo encaracolado e meio amarelado com um tons que pareciam com chocolate e acabava dando a impressão de estar despenteado, e era lindo.- e o que a encantava também era o fato de ele ser o dono de uma beleza jamais vista por ela.


Ela com um sorriso de canto de boca sorriu mais uma vez para ele, fazendo com que seu pobre coração de moço se desesperasse com a possibilidade de seu trem chegar ou ela não querer responder a sua pergunta, mas após isso ela se virou para responde - lo.

E as palavras dela chegaram como uma canção que na cabeça dele ficou pra sempre mais ou menos assim:


- Sabe, eu sinceramente não vou muito bem, mas antes de mais nada eu me chamo Isis Jasper, e o prazer é todo meu, eu moro em um povoado que por sinal não é muito longe aqui de Paraisópolis. Povoado este onde não tenho muitos amigos fora de minha vida virtual - falamos sobre isso depois, ou não - eu tenho até um namorado por lá, e sinceramente senhorsinho eu nunca fui tão bonita quanto as garotas da minha turma, mas sempre fui a mais inteligente.

Ele parecia hipnotizado por sua voz, e pediu que ela lhe contasse mais sobre sua vida a ele.

Ela estava corada, mas ainda radiante, pois isso não era um costume de Isis, mas ela precisava falar, desabafar algumas coisas que estavam a tempos guardadas, e sem contar que falar, era coisa que ela adorava, e assim continuou:


...bem, eu sou fanática por roquenroll sacas? mas adoro mpb e samba de raiz, no fim mesmo, eu curto musica que me agrada, tem que ter conteudo, e eu adoro ler, adquiri o gosto pela leitura desde muito jovem sabe, fui sempre incentivada por meus pais - talvez eu fale deles, ou não - ah, e eu tenho 18 anos recem completados, e já estou no ultimo ano do colégio Santa Mara e já fique bem claro : eu não sou uma adolescente revoltada! Eu apenas estou cansada da vida esquisitinha e fresca que algumas pessoas andam levando e tentam me colocar nela !. e não eu não me importo com a vida delas sabe, e nem com o que dizem, mas é aquela coisa: no fundo todo mundo se importa com a opinião dos outros. Às vezes mais, às vezes menos, mas se importa sim. Não que "os outros" sejam todos, mas sim algumas pessoas... o que importa é que se importam.E não posso deixar de te dizer, que admiro minha capacidade de ouvir uma música até umas 15 vezes seguidas, e não cansar dela, mas consego cansar de qualquer coisa que não seja música com uma facilidade incrível.Sabe, aqui e no meu povoado eu sou uma garota bem vista pelas pessoas, todos acreditam que eu sou tão feliz e de bem com a vida quanto sempre planejo mostrar.Mas há uns dias atrás eu andei percebendo que todo o teatro que é minha vida não está realmente me fazendo feliz, e nem 'tá' valendo mesmo apena. a unica coisa boa, é o amor que sinto aqui dentro do meu peito, creio que serei sempre a eterna apaixonada,e esse amor, não é só pelo namorado sabe, eu amo viver sim, mas as vezes meu desejo é morrer, pá. sumir.


Ela não sabia se falara demais, - ainda mais pelo fato de seu ouvinte ser um estranho, estranho lindo este, diga- se de passagem - e então calou - se para ver o que ele diria de sua tagarelice.

E para sua surpesa o simpático moço se vira e diz:- continue senhorita, muito me encanta ouvi - la falar.


Desta vez Isis, é quem fica corada, e prosseguiu empolgada na história de si mesma:


- Sabe, eu descobri uma infinidade de coisas que de repente eu quero fazer - nossa e são muitas coisas !- e estou tão maravilhada com coisas óbvias e conhecidas que eu nunca ousei dar devida atenção.Sabe, eu sou contraditória sim, e assumo e assumo també que eu ADORO coisas futeis, mas DETESTO pessoas futeis, talvez um dia eu entenda a minha vida, me case, tenha filhos, ou não.E pode não parecer, mas não costumo falar com estranhos enquanto aguardo meu trem.haha,


e pela primeira vez os dois riram juntos.


O apito do trem de Isis soprou, já eram 19:OO hrs em ponto e o trem já iria sair.


Neste mesmo momento ela pegou seus cadernos, se pos a levantar e depois os colocou entre os braços e o peito, e sentiu com seu coração estava desparado.

Ele por sua vez, a olhava com a certeza de que seria impossivel reve -la, e com a vontade de ir junto com ela, esquecer que a mãe o aguardava para o jantar, mas era maluquisse demais fazer aquilo, e ele não tinha nem certeza de que ela o deixaria ir junto;


Vendo que ele não se movia, ela se virou para o moço pela ultima vez, e disse o que pra ele foi como mais uma musica bem cantada:

- Senhorsinho, tenho que ir nessa, nem percebi o tempo passando! meu trem já está de saida, tenho que me apressar, ah, e muito obrigada querido estranho por me deixar desabafar.


E ele sem graça acenou e como um pedido gritou:

- Dá proxima vez, quem diz tudo sou eu !


Mas ele no fundo sabia que não a veria mesmo outra vez, mas enquanto nisso pensava pode ouvir aquele som encantavel que saira da boca de Isis, que já estava no trem:

- quem sabe a gente se encontre por ai denovo, terei toda a paciência que tivera comigo. Adeus !


e o trem se foi.

e talvez a vida deles voltassem a ser o que sempre foi.

mas teria agora algo em comum, toda história que foi partilhada por Isis.

e só quando já estava quase em casa Isis percebera que não tinha nenhum nome para se lembrar do moço da estação, mas que lembraria de seu rosto corado, e o cabelo bonito que lembrava um sol de verão.

3 comentários:

Ramon Assis disse...

Como essa Isis fala meu deus!
Eu conheço gente parecida!

haha!!

Adorei muitas coisas, outras coisas achei um pouco fraca.
Mas tá ótimo, bem equilibrado, a melhoria vc consegue com o tempo.


Beijo preta!

carolina bertelli disse...

completando o comentário de Ramon, talvez você tenha pecado na repetição de palavras e na itensificação de detalhes.
mas o texto é equilibrado.
e a história é muito boa.
beijo.

Anônimo disse...

sempre quis ter uma história assim, de um estranho que muda tudo e nunca mais vejo. tão legal :B
é uma história bem simpleszinha, que pode acontecer sempre ou nunca haha adorei :P